Resumo:O ouro iniciou a sessão desta terça-feira (26/08/2025) cotado a US$ 3.410,80 por onça-troy, acima do fechamento de ontem (US$ 3.373,80) e consolidando-se 1,1% mais valorizado no dia. Essa escalada coloca o metal precioso próximo de sua máxima histórica (US$ 3.485,60 em abril de 2025), reafirmando seu papel como ativo de proteção global.

Publicado em 26/08/2025
Sumário
- Panorama da cotação do ouro hoje
- Powell em Jackson Hole: gatilho da disparada do ouro
- Trump x Fed: impacto da crise institucional no mercado
- Fatores macroeconômicos que sustentam o XAU/USD
- Ouro em reais: como a cotação internacional se reflete no Brasil
- Análise técnica detalhada do ouro (XAU/USD)
- Ouro no Forex: estratégias práticas para traders
- Perspectivas para as próximas semanas
- Conclusão: alerta ao investidor
1) Panorama da cotação do ouro hoje
O ouro iniciou a sessão desta terça-feira (26/08/2025) cotado a US$ 3.410,80 por onça-troy, acima do fechamento de ontem (US$ 3.373,80) e consolidando-se 1,1% mais valorizado no dia. Essa escalada coloca o metal precioso próximo de sua máxima histórica (US$ 3.485,60 em abril de 2025), reafirmando seu papel como ativo de proteção global.
Na comparação semanal, o avanço é de +2,4%; no acumulado de 2025, a valorização já chega a +40%, considerando o preço de abertura do ano (US$ 2.633). Em relação ao mesmo dia de 2024, a alta impressiona: +35,9% em doze meses.
No Brasil, a conversão é impactada pelo câmbio. Com o dólar girando em torno de R$ 5,47, a onça-troy equivale a R$ 18.628,00, o que resulta em aproximadamente R$ 599,00 por grama de ouro 24k. Este nível já supera o observado no domingo (24/08), quando o grama estava em R$ 587,12.
2) Powell em Jackson Hole: gatilho da disparada do ouro
O grande catalisador da semana foi o discurso de Jerome Powell no tradicional Jackson Hole Symposium, na sexta-feira (22/08). Powell reconheceu que:
- O impacto das tarifas sobre a inflação é temporário.
- Há riscos de enfraquecimento no mercado de trabalho.
- A política monetária já se encontra em território restritivo.
Na prática, o discurso abriu espaço para um corte de juros em setembro, rapidamente precificado pelos Fed Funds Futures. A expectativa de redução nos juros derrubou os rendimentos dos Treasuries, enfraqueceu o dólar e impulsionou a demanda por ouro, tradicionalmente favorecido em cenários de juros reais mais baixos.
Esse movimento levou o ouro a saltar quase US$ 50 em um único pregão, marcando uma das maiores variações intradiárias do ano.
3) Trump x Fed: impacto da crise institucional no mercado
Outro fator explosivo foi a demissão da governadora do Fed, Lisa Cook, por ordem do presidente Donald Trump. A medida, considerada de alta ingerência política, acendeu alertas sobre a independência do banco central. Cook já anunciou que levará a questão à Justiça, prometendo uma batalha legal.
Para investidores, esse cenário traz dupla leitura:
- Mais cortes de juros pela pressão política → positivo para o ouro.
- Risco de instabilidade institucional → aumento da busca por ativos de proteção.
O episódio reforça a tese de que, sob forte influência política, o Fed terá menos espaço para elevar juros, consolidando o ouro como hedge contra inflação e incertezas.
4) Fatores macroeconômicos que sustentam o XAU/USD
Além do Fed e da crise institucional, há outros elementos que explicam o rally do ouro:
- Dólar em queda (DXY): a moeda perdeu força globalmente após o discurso de Powell, tornando o ouro mais acessível para investidores estrangeiros.
- Demanda de bancos centrais: vários países emergentes, incluindo China e Índia, continuam acumulando reservas em ouro, ampliando a procura estrutural.
- Tensões políticas na Europa: o primeiro-ministro francês François Bayrou enfrenta um voto de confiança que pode derrubar seu governo já em setembro.
- Tarifas adicionais dos EUA contra a Índia: a decisão de elevar tarifas para 50% intensifica a aversão ao risco e fortalece a busca por ativos defensivos.
- Volume reduzido nos mercados: agosto é sazonalmente um mês de menor liquidez em Wall Street, o que aumenta a sensibilidade a notícias e amplia oscilações.
Esse conjunto cria uma tempestade perfeita para sustentar o ouro acima dos US$ 3.400.
5) Ouro em reais: como a cotação internacional se reflete no Brasil
Para o investidor brasileiro, a dinâmica é dupla: cotação internacional + câmbio.
Cálculo aproximado:
- Preço internacional: US$ 3.410,80
- Câmbio: R$ 5,47
- Onça em reais: R$ 18.628,00
- Grama: R$ 599,00
Esse valor tem reflexos diretos:
- Varejo e joalherias: ajuste imediato nos preços de peças.
- Indústria eletrônica: encarecimento de insumos.
- Mercado financeiro: valorização de ETFs como GOLD11 e contratos futuros (OZ1D e OZ2D).
O investidor deve lembrar que, mesmo em momentos de estabilidade do XAU/USD, o ouro em reais pode se valorizar se o USD/BRL subir — um fenômeno comum em períodos de desvalorização do real.
6) Análise técnica detalhada do ouro (XAU/USD)
No gráfico diário, o ouro apresenta tendência altista consolidada, mas com sinais de resistência próximos:
- Suportes: US$ 3.396 (mínima do dia), US$ 3.353 (mínima da semana passada) e US$ 3.300 como suporte psicológico.
- Resistências: US$ 3.434 (máxima intradiária), US$ 3.450 e, no médio prazo, US$ 3.500 como barreira crítica.
- Indicadores técnicos:
- RSI em zona neutra, afastando risco de sobrecompra imediata.
- EMA de 50 dias em US$ 3.370 atuando como suporte dinâmico.
- EMA de 200 dias em US$ 3.200, sugerindo “piso de longo prazo”.
Cenário otimista: rompendo US$ 3.500, o alvo técnico pode chegar a US$ 3.800 ainda em 2025.
Cenário conservador: se perder US$ 3.353, pode recuar para US$ 3.300, ainda mantendo tendência primária de alta.
7) Ouro no Forex: estratégias práticas para traders
O par XAU/USD é um dos mais negociados no Forex e oferece oportunidades de curto prazo. Estratégias comuns incluem:
- Breakout: entrada no rompimento de resistências (ex.: US$ 3.434), com stop-loss curto.
- Pullback: esperar correção até suportes (ex.: US$ 3.370) antes de entrar comprado.
- Scalping pós-notícia: operar volatilidade após discursos ou indicadores macroeconômicos.
Gestão de risco é essencial:
- Risco máximo de 1–2% do capital por operação.
- Uso de ATR (Average True Range) para calibrar stops.
- Redução de alavancagem antes de dados de alto impacto (CPI, PCE, payroll).
Investidores mais conservadores podem preferir ETFs ou futuros da B3. Já traders agressivos podem usar Forex para capturar movimentos intradiários, sempre com disciplina e controle de exposição.
8) Perspectivas para as próximas semanas
Os cenários possíveis:
- Cenário dovish (Fed corta juros): ouro pode consolidar-se acima de US$ 3.400 e buscar US$ 3.500.
- Cenário hawkish (Fed mantém juros): correção até US$ 3.300, sem romper a tendência de alta.
- Crise institucional se agrava (Trump vs. Fed): rally adicional rumo a US$ 3.600.
- Choque geopolítico (Europa ou Ásia): aceleração para patamares recordes, com ouro acima de US$ 3.700 ainda em 2025.
Para o investidor brasileiro, o grama pode superar R$ 600 em setembro, caso o real siga pressionado.
9) Conclusão: alerta ao investidor
O ouro hoje confirma sua posição como principal porto seguro global, cotado a US$ 3.410,80 por onça e R$ 599,00 por grama. A valorização é sustentada pela expectativa de cortes de juros nos EUA, pela crise de confiança na independência do Fed e por incertezas geopolíticas.
Contudo, a alta volatilidade exige cautela. Investidores devem:
- Monitorar câmbio e decisões do Fed.
- Ajustar exposição ao perfil de risco.
- Priorizar corretoras regulamentadas, verificadas via WikiFX SkyEye, para evitar golpes no mercado Forex.
O recado é claro: o ouro segue em trajetória positiva, mas apenas quem alia gestão de risco e estratégia poderá aproveitar o movimento sem comprometer o capital.
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